domingo, 2 de maio de 2010

FELLINI

Uma das coisas fascinantes desse artista de Rimini é sua capacidade de fantasia.

Fantasia pode ser entendida como o contrário da realidade, mas ao Federico Fellini se intitular, francamente, de mentiroso ele estaria na verdade dando sua versão. Estaria falando de invenção de memória. Não uma memória estritamente pessoal, mas sim aquela em tom de crônica.

O gênero da crônica ( muito presente em La Dolce Vita) viria de uma evolução do neo realismo, uma escola de cinema italiano que privilegiava o contato direto com a realidade para melhor apreendê-la no período pós 2ª Guerra Mundial?

Em alguns filmes ( notadamente Roma, Os Palhaços, Entrevista, Ensaio de Orquestra) Federico chegaria a inventar documentos, com aporte da fantasia, simulando uma pesquisa ficcional meio à história dos palhaços, à vida de Roma, meio a um acompanhamento de uma produção cinematográfica, como em Entrevista, ou um ensaio de orquestra atingido pelo barulho da Revolução de 68.

Memória e ficção, fantasia, realidade através de uma visão repleta de suas reinações e não só de fatos são caminhos que se bifurcam nas suas realizações cinematográficas.

Prestar atenção a este universo algo paradoxal, mas harmonioso, de um humano não exclusivamente realista, nem meramente escapista, é uma tarefa, e deleite, necessária para a apreensão artística de Federico Fellini.

Cultura e Criação, esta se tomada também no sentido de como significava antigamente se cuidar da prole, operam-se na regência do italiano.

sábado, 1 de maio de 2010


O CINEMA ESTAVA VAZIO